Nesta quarta-feira, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, anunciou quais serão os países que sediarão as edições de 2030 e 2034 da Copa do Mundo. Para 2030, uma candidatura conjunta envolvendo Marrocos, Portugal e Espanha, combinada com um jogo cada na Argentina, Paraguai e Uruguai, este último para marcar o centenário do 1º Mundial, realizado no país em 1930.
No entanto, a grande notícia foi a confirmação da Arábia Saudita para 2034, decisão que gerou muitas críticas, com pessoas acusando a FIFA de fraudar todo o processo para o país do Oriente Médio. Isso porque a nação foi a única candidata para esta edição, uma vez que as Américas, a Europa e a África não poderiam receber o torneio — sedes de 2026 e 2030 — e a Austrália retirou sua candidatura no ano passado.
O principal motivo das críticas é que a Copa do Mundo será mais uma oportunidade do país de usar seus investimentos no esporte para mascarar seu caráter contra os direitos humanos, como o tratamento das mulheres e da comunidade LGBTQIA+, o fenômeno do sportswashing. Por meio de seu fundo soberano, a Arábia Saudita investiu mais de US$ 6 bilhões desde 2021 em esportes como futebol, golfe, esportes eletrônicos e Fórmula 1.
No futebol, inclusive, tivemos a compra do Newcastle United, da Inglaterra, além de pagar fortunas para trazer jogadores do calibre de Cristiano Ronaldo e Neymar. Sediar uma Copa do Mundo, então, é a cereja do bolo da incursão do país no esporte, que se comprometeu com projetos significativos de infraestrutura, além de construir ou reformar 11 estádios e 185 mil novos quartos de hotel.
Toda essa construção deve subir o número de trabalhadores migrantes — hoje 13,4 milhões. Contudo, o país deve ficar em observação, pois várias preocupações serão levantadas sobre suas condições de trabalho, como exposição ao calor extremo.
O país quer atrair 150 milhões de turistas por ano até 2030, esperando que organizar a melhor Copa do Mundo da história consolide ainda mais essa nova reputação que o país está tentando construir.