José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, foi um dos mais destacados boxeadores brasileiros, reconhecido por seu talento e carisma que ajudaram a popularizar o esporte no país e infelizmente nos deixou nesta quinta-feira (24). Maguila estava internado em uma clínica de repouso na cidade de Itu, no interior de São Paulo, para tratamento de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística. De acordo com informações da instituição, Maguila teve uma piora no quadro. Maguila deixa a esposa e três filhos, Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior.
Nascido em Aracaju em 1958, Maguila se apaixonou pelo boxe ainda criança, inspirado por ícones como Éder Jofre e Muhammad Ali. Na adolescência, mudou-se para São Paulo, onde começou sua carreira no boxe. Sua primeira luta aconteceu em 1981, durante um torneio amador em São Paulo. Dois anos depois, ele conquistou o título de campeão brasileiro no Ginásio do Ibirapuera, um dos palcos mais importantes de sua trajetória.
Em 1987, venceu o americano James "Quebra-Ossos" Smith em uma luta que ficou marcada na memória dos fãs. Ao longo de sua carreira, Maguila acumulou vários títulos internacionais, tornando-se uma referência para novas gerações de boxeadores. Ele disputou 85 lutas, com 77 vitórias, sendo 61 por nocaute, e sofreu sete derrotas, além de um empate técnico. Sua ascensão o levou a enfrentar grandes nomes do boxe mundial, como Evander Holyfield e George Foreman, lutas que ele lembrava com bom humor, apesar das derrotas.
Em 2010, Maguila recebeu o diagnóstico inicial de Alzheimer, que em 2013 foi retificado para encefalopatia traumática crônica, uma condição irreversível decorrente de lesões na cabeça. Em 2018, com o apoio da família, decidiu doar seu cérebro para pesquisas científicas após sua morte, seguindo o exemplo de Éder Jofre, que também enfrentou o mesmo diagnóstico e faleceu em 2022.