Depois do G20 no Rio, Lula recebeu Xi Jinping em Brasília ontem, assinando 37 atos e protocolos diferentes, sendo um dos mais relevantes o acordo de colaboração da SpaceSail, empresa que quer competir com a Starlink, do Elon Musk.
A ideia é que a chinesa trabalhe em colaboração com a Telebras, com o objetivo de estudar a demanda por internet via satélite em áreas onde não é viável a infraestrutura de fibra óptica — que é a da sua casa.
Acontece que essa parceria não é exatamente para agora. Isso porque a SpaceSail ainda não tem operação, tendo apenas 36 satélites em órbita. O plano é começar a funcionar em 2026, depois de ter lançado 600 satélites até o final do ano que vem.
Como efeito de comparação, a Starlink tem mais de 6.000 satélites já em órbita, sendo a líder no mercado de internet via satélite. No Brasil, ela tem 46% de participação no segmento, com 265 mil clientes.
O que está por trás… Lula está buscando aproveitar a boa relação com seu maior “cliente” — a China — para impulsionar o nosso desenvolvimento econômico, já cogitando que as relações com os EUA possam ficar amargas depois da vitória de Trump.
A China passou de 38º para 1º parceiro econômico brasileiro nos últimos 30 anos. O ápice da relação foi atingido no ano passado, com recorde nas exportações para a China (US$ 104,3 bilhões). Veja o histórico.
Fora isso, com os atritos entre Musk e STF, o acordo com uma empresa chinesa é uma forma de buscar uma alternativa ao acesso a uma tecnologia oferecida pela empresa do bilionário — importante para acessibilidade da população que mora em áreas remotas. Até porque, agora, além de estar pessoalmente próximo a Trump, Musk faz parte do governo americano.
Evitando qualquer rusga, o nosso ministro das Comunicações negou que o movimento tenha a ver com o Elon e afirmou que o Brasil está aberto para quem oferecer serviço seguro e de qualidade para a população. Nas palavras dele: “nada é bom quando só existe um único fornecedor.”