Dalton Trevisan, conhecido como "O Vampiro de Curitiba", faleceu nesta segunda-feira, 9 de dezembro, aos 99 anos, em Curitiba. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e pela família.
Biografia
Trevisan nasceu em 14 de junho de 1925, em Curitiba. Sua estreia literária ocorreu com a novela "Sonata ao Luar", seguida pela coletânea "Novelas nada exemplares", que lhe rendeu reconhecimento nacional. Sua obra é caracterizada por retratar o cotidiano de forma concisa e popular, explorando tramas psicológicas e costumes urbanos.
Prêmios e Legado
Dalton Trevisan recebeu prêmios notáveis, como o Jabuti e o Camões, os mais importantes para autores em língua portuguesa. Sua obra é considerada um retrato cru e lírico da vida urbana, com atenção especial aos excluídos e marginalizados.
Vida Reclusa
Trevisan levava uma vida reclusa em Curitiba, evitando entrevistas desde os anos 1970. Em 2021, ele deixou sua casa, que se tornou um ponto turístico, para morar em um apartamento no Centro da cidade, por questões de segurança e saúde.
Foto rara
Um dos poucos registros públicos feitos de Dalton nas últimas décadas é do fotógrafo baiano Alberto Viana. A foto foi tirada em 2007, na Rua XV de Novembro, em Curitiba, quando o escritor passava pelo Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), próximo da casa onde morava.
"Foi tudo por acaso. Essa foto ali na Rua XV de Novembro, no Teatro da Reitoria, eu estava passando por ali. E era o caminho dele, veja que ele estava com sacola de supermercado. Ele descia, ia no mercado, aí subia e tinha o costume de ir na livraria do Chain. Ali ele estava indo para casa e eu passando. Era começo da fotografia digital. Foi uma coincidência", relembrou o fotógrafo, em 2022.
Homenagem
A Secretaria de Estado da Cultura do Paraná destacou que Trevisan "desvendou como poucos as complexidades humanas e as angústias cotidianas da vida urbana". Sua obra elevou Curitiba às ruas e bairros como verdadeiros personagens, revelando uma cidade sombria e lírica.
Última Homenagem
O corpo será cremado no crematório Vaticano, em Almirante Tamandaré, sem velório.