“Não vai dar não, galera”. O Banco Central confirmou ontem oficialmente que vai fechar o ano com a inflação acima da meta. Será o terceiro tropeço nos últimos quatro anos.
Explicando… A meta de inflação para 2024 era de 3%, com tolerância de até 4,5%. Só que o BC já jogou a toalha: a chance de descumprir agora é de 100%. Estima-se que a inflação subirá para 4,9% em dezembro. A previsão é que o índice alcance o pico de 5,1% no terceiro trimestre de 2025, antes de, finalmente, começar a ceder para 4,5%.
Como isso impacta? ? Quando a inflação escapa da meta, quem sente é o nosso bolso. Apesar da Selic em dois dígitos desde 2022, a desaceleração econômica global e fatores como mudanças fiscais dificultam o controle inflacionário. Para se ter uma ideia, o presidente Roberto Campos Neto, quase de saída, encerra seu mandato com um placar de 3 metas cumpridas em 6 anos…
Desde que o Brasil adotou o regime de metas de inflação em 1999, “quebrar o teto” já aconteceu 7x. Em todas elas, o BC teve que mandar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando o que deu errado. Com Campos Neto, a situação não foi diferente: pandemia, guerras e choques econômicos globais contribuíram para uma trajetória tortuosa. Mas, internamente, a dificuldade de alinhar política monetária e fiscal só complicou ainda mais o cenário.
?? Agora, o desafio cai no colo de Gabriel Galípolo. Ele assume o BC com uma nova regra: metas contínuas. Se a inflação fugir do intervalo permitido por mais de seis meses, o BC terá que se explicar publicamente.