As altas temperaturas, a onda de incêndios, o consumo excessivo de água, aliados à maior crise hídrica da história, acendem o alerta sobre o consumo de água no município. Com o objetivo de conter abusos, fiscais do SAAE estão orientando os moradores sobre a necessidade do uso racional e consciente da água. Trabalho de conscientização também tem sido feito junto às escolas.
Para entender a situação do abastecimento em Garça, em outros tempos, somente a vazão do Córrego do Barreiro, um dos principais pontos de captação do município, era de 400 a 440 mil metros cúbicos por hora. Por conta da estiagem, somando-se os 200 mil metros cúbicos do Aquífero Guarani e a vazão do Córrego do Barreiro, a captação está em torno dos 300 e 340 mil metros cúbicos por hora, uma queda de cerca de 100 mil litros por hora, o que representa menos água sendo captada e distribuída, ante um consumo que não diminui.
Segundo o diretor Executivo do SAAE, André Pazzini Bomfim, o momento é crítico, e a participação da população é fundamental. “Vivemos um momento de muita escassez hídrica superficial. Desde o início da série histórica, em 1938, esse é o pior momento em termos de quantidade de água de chuva. Não chove, e não há previsão de chuvas significativas para os próximos dias”, ressaltou.
Acompanhamento pluviométrico realizado pelo SAAE mostra que em dezembro do ano passado choveu 26 milímetros, o equivalente a apenas 10% da média histórica de 200 milímetros. “Esse é um momento de muita preocupação, e de a população se conscientizar sobre a necessidade do uso racional da água”, afirmou.
A nova onda de calor, com termômetros apontando para temperaturas acima dos 40 graus, tem colocado o município em estado de alerta. “Se não tivéssemos a captação do Poço, estaríamos enfrentando um problema histórico na cidade”, reforçou o diretor do SAAE.
Conforme afirmou o diretor da Autarquia, todos os esforços estão sendo feitos para garantir o abastecimento, no entanto a participação de todos é fundamental para que o município passe por esse período de estiagem sem a necessidade da realização de racionamento ou rodízios, principalmente em setores onde o consumo é maior, e o uso da água também.
Pazzini explicou ainda que durante a semana várias interrupções no sistema de distribuição foram necessárias para equalizar o abastecimento, diminuindo a diferença de pressão entre os bairros. “Não tivemos falta de água na cidade. O que tivemos foram paralizações na ETA para que manutenções e manobras na rede pudessem ser realizadas sem comprometer a reservação”, disse.
Queda de energia – A exemplo do que tem acontecido na capital do Estado com inúmeros focos de incêndio e quedas de energia, as queimadas no município de Garça também têm forçado o desligamento das bombas e, consequentemente, o retardamento no processo de distribuição de água na cidade.
JAFA – Importante destacar que em Jafa a captação é completamente diferente. O abastecimento é feito pelos aquíferos Bauru e Serra Geral, com uma vazão superior à demanda. No entanto, ainda assim, o uso consciente é de suma importância.
Leg1. SAAE intensifica a fiscalização para orientar os moradores a evitar o uso desnecessário de água.
Leg2. Trabalho de conscientização também tem sido feito junto às escolas.