O secretário municipal de Suprimentos da Prefeitura de Marília, Fernandes Baratela, que obteve liberdade provisória nesta sexta-feira (14) após a audiência de custódia, afirmou ter sido vítima de uma armação. Ele foi preso um dia antes por suspeita de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e nega qualquer envolvimento no crime, alegando não saber quem poderia ter supostamente forjado o flagrante.

Baratela relatou que passou a manhã reunido na Emdurb e, ao sair para almoçar, foi abordado pela Polícia Militar. Segundo ele, não percebeu que alguém havia colocado fita isolante para adulterar a placa do seu veículo. “Colocaram fitas isolantes de forma grosseira e perceptível. Eu faço essa viagem diariamente, passo em frente às bases da Polícia Rodoviária de Assis e de Marília, além de cruzar pedágios com o ‘Sem Parar’. Acredito que alguém tenha feito isso com a intenção de me prejudicar”, declarou. Apesar da prisão, o secretário afirmou ter sido bem tratado pelos policiais da Central de Polícia Judiciária (CPJ) e não responsabiliza os agentes pelo ocorrido. “O pessoal foi muito respeitoso, me disseram para ficar tranquilo. Eles apenas cumpriram seu trabalho. Eu sempre aprendi que quem não deve, não teme”, afirmou. Sem apontar suspeitos, Baratela disse esperar que as investigações esclareçam o momento exato da adulteração. “Quero entender quando isso aconteceu. Fui surpreendido com essa situação. A adulteração foi muito mal feita, qualquer um notaria. Colocaram apenas dois pedaços de fita isolante, alterando um número da placa. Fiquei triste, mas agora sigo minha vida normalmente”, declarou. Baratela foi vice-prefeito por dois mandatos em Tarumã e, após concorrer sem sucesso na última eleição, assumiu a Secretaria Municipal de Suprimentos de Marília.

Ele foi detido na quinta-feira (13), nas proximidades do estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal (Abreuzão), sob suspeita de adulteração das placas do Hyundai HB20 que dirigia. Segundo apurado, o veículo pertence à sua filha. Em depoimento à Polícia Civil, Baratela nega qualquer alteração na placa. Após a audiência de custódia, ele foi solto sem pagamento de fiança, mas deve cumprir medidas cautelares, incluindo comparecimento mensal à Justiça e proibição de se ausentar da comarca onde reside por mais de oito dias. O secretário mora em Tarumã (SP), cidade vizinha a Assis, sede da comarca. Durante sua soltura, o juiz o advertiu sobre a necessidade de cumprir as medidas sob pena de prisão preventiva. O advogado Pedro Paulo Arantes Gonçales Galhardo, que representa o secretário, reforçou a versão de que Baratela não adulterou a placa e quer esclarecer os fatos. “Conversei com Fernandes, que está apreensivo e preocupado. Ele nega qualquer envolvimento. Acabamos de concluir a audiência de custódia, e ele segue à disposição das autoridades para esclarecer os acontecimentos. Baratela não cometeu essa adulteração e tem total interesse em provar sua inocência. Tenho plena convicção de que ele é um homem íntegro e honesto, incapaz de agir dessa maneira”, afirmou o advogado.